quinta-feira, 12 de setembro de 2013

AULA NA ESCOLA MUNICIPAL DE ENSINO FUNDAMENTAL "NOSSA SENHORA DO ROSÁRIO" - POMBAL-PB


PRODUÇÃO DE DE HISTÓRIAS EM QUADRINHOS (HQ's)

Reconhecida por ser criativa e dinâmica, as HQ's pode ser uma ferramenta extremamente útil para atividades em sala de aula no processo de ensino aprendizagem.


UM FERRAMENTA PEDAGÓGICA PARA O ENSINO DE CIÊNCIA
UM RECURSO DE APRENDIZAGEM
UMA PASSEIRA POSSÍVEL
ESTIMULA A PRODUÇÃO DE TEXTOS PREENCHENDO BALÕES 

 


sexta-feira, 19 de julho de 2013

Os conceitos de Saúde reprodutiva e Saúde. Qual a relação entre ambos?
Ao ler vários textos entendo por   Saúde Reprodutiva aquela que nos permite estar bem, se sentir bem com a nosso sistema reprodutor, ou seja, que possamos desfrutar de uma vida sexual boa, segura e livre para as nossas escolas.   Saúde é estar bem em todos os sentidos da vida, com uma auto-estima elevada, e não só a ausência de doenças. Ambas têm uma inter-relação em seus aspectos culturais, políticos, éticos e legais.

Como a descoberta dos agentes causadores de algumas doença impactaram sobre a forma como estas eram vistas e entendidas?
Sim, antigamente as pessoas não tinham respostas para muitas doenças e com o passar do tempo às novas tecnologias foram dando essas respostas e os impactos surgiram junto com o preconceito.
Exemplo disso foi a descoberta da AIDS, quem leu os livros, “AIDS, religiosidade e qualidade de vida: um olhar sobre as gestantes atendidas em um hospital público de João Pessoa” e o livro “Qualidade de vida e bem-estar espiritual em pessoas vivendo com HIV/AIDS”. Sabem muito bem os impactos que essa doença causou nos anos 80 e a falta de informação perante a sociedade que a cada dia tentava buscar um entendimento para tudo que estava surgindo na época, e que ninguém sabia explicar, pois até hoje muita gente é vitima. E os preconceituosos se apegaram ao fato da doença ter sido detectada inicialmente na comunidade homossexual como a peça que faltava para que o quebra-cabeça da condenação se completasse: a Aids foi taxada de castigo divino aos gays e seus hábitos sexuais promíscuos.


RESENHA da Obra de SANTOS, Saionara Ferreira Araújo dos. Qualidade de vida e bem-estar espiritual em pessoas vivendo com HIV/AIDS: revelando vulnerabilidades sob a luz da resiliência / Saionara Ferreira Araújo dos Santos, José Antônio Novaes da Silva. - João Pessoa: Editora da UFPB, 2013.


Leilany Campos Barreto
Estudante do Curso de Licenciatura em Ciências Naturais - UAB virtual
leilanycampos@hotmail.com


QUALIDADE DE VIDA E BEM-ESTAR ESPIRITUAL EM PESSOAS VIVENDO COM HIV/AIDS: revelando vulnerabilidades sob a luz da resiliência é uma obra rica em dados coletados no Serviço de Assistência Especializada – SAE, localizado no Hospital Universitário Lauro Wanderley, localizado no Campus I da Universidade Federal da Paraíba, município de João Pessoa – Paraíba. A mesma aponta e trás questionamentos que nos leva a refletir sobre o assunto. A Síndrome da Imunodeficiência Adquirida ou sida, conhecida pela sigla inglesa aids (AcquiredImunodeficiencySyndrome), cada vez mais é considerada um grande problema de saúde pública no cenário mundial em face da sua gravidade e do seu caráter pandêmico.
Saionara contextualiza que a pessoa com AIDS apresenta reações emocionais em diferentes fases da evolução da doença. Inicialmente persiste uma crescente dúvida quanto ao diagnóstico da soropositividade, isso se relaciona às reflexões e busca de justificativas a comportamentos de risco e a negação da doença. O conhecimento do diagnóstico provoca um choque emocional que pode desencadear uma preocupação excessiva, e a dificuldade em compartilhar essa terrível informação, podendo ocasionar depressão e ansiedade diante da provável perda da autonomia, do futuro e da morte, e nesse momento muitos buscam apoio emocional nas suas crenças e ou religiões. Percebendo a religião, religiosidade e espiritualidade como objeto de inúmeros estudos, nas mais diferentes áreas, observo que na saúde é um aspecto importante e necessário, uma vez que o ser humano recorre a elas em busca de apoio diante das situações difíceis de serem vivenciadas. Portanto, o ser humano precisa ser percebido e cuidado como um ser integral, detentor de corpo, alma e espírito.
Através de vários estudos a autora mostra que a resiliência envolve fatores de risco e de proteção, pois a definição de resiliência, a partir da compreensão da interação do individuo com o seu ambiente, implica o entendimento dinâmico dos chamados fatores de risco e proteção. Os fatores de risco são os eventos de vida que, quando presentes, aumentam a probabilidade de o indivíduo apresentar problemas físicos, psicológicos e sociais.
A autora salienta também a dificuldade de entender a característica do resiliente, portanto, não é ser invulnerável às adversidades. Pelo contrário, o resiliente é alguém que sofre sim, que vive este sofrimento, que faz com que as experiências passem por dentro de si e o tornem mais forte, como o ouro depurado pelo fogo. A compreensão nos leva a entender que a resiliência o estudo das pessoas que se adaptam/superam as adversidades, e o coping o estudo das estratégias utilizadas pelas pessoas frente às adversidades, fica claro que ambos os conceitos estão intimamente correlacionados.
Saionara seleciona e pauta com muito cuidado varias dimensões como a introdução do conceito de qualidade de vida - QV como medida de desfecho em saúde surgiu a partir da década de 70, no contexto do progresso da medicina. Este trouxe um prolongamento na expectativa de vida, na medida em que doenças anteriormente letais (por exemplo: infecções, câncer, HIV/AIDS, entre outras) passaram a ser curáveis ou a ter, pelo menos, controle dos sintomas ou retardo no seu curso natural.  E permitindo assim que se visualizem os aspectos da vida das pessoas que estão tanto mais saudáveis quanto prejudicados. Faz-se necessária uma compreensão de qualidade de vida que harmonize a personalidade em sua subjetividade e, ao mesmo tempo, em relação ao seu ambiente e à sociedade, abrangendo, assim, a busca da pessoa pela satisfação das necessidades e dos desejos humanos, espirituais e morais.
No inicio de sua obra mostra que o vírus está em constante processo de multiplicação em todas as fases da infecção, incluindo a assintomática, o que vem a ocasionar uma diminuição da competência imunológica do paciente. Baseados em dados apresentados pela autora vimos que a dimensão espiritual tem sido considerada essencial para o conceito de saúde, bem-estar espiritual e qualidade de vida, principalmente para aqueles pacientes com diagnósticos potencialmente fatais, como é o caso do portador do HIV/AIDS.
Outra dimensão abordada por Saionara é que os sintomas do HIV/AIDS podem, às vezes, transcorrer meses ou anos para se manifestarem, o tempo médio de desenvolvimento dos sintomas tem sido de quatro a oito anos, tendo alguns casos que os sintomas só aparecem bem mais tarde, busca-se conhecer, compreender o que existe de diferente nessas pessoas, quais seriam os fatores de proteção que podem estar envolvidos? O que está envolvido quando situações de adversidade são vivenciadas e superadas pelos indivíduos? Poderia, então, a resiliência e a espiritualidade dos portadores de HIV/AIDS contribuírem para sua adesão ao tratamento e desta forma melhorarem a qualidade de vida? Alguns indivíduos possuem ou desenvolvem possíveis fatores de proteção no enfrentamento da infecção pelo HIV/AIDS e desta forma convivem com a patologia sem abandonar o tratamento, enfrentando o preconceito, estigmatizando, etc., cuja espiritualidade pode está presente, contribuindo para o desenvolvimento de respostas positivas por parte desses indivíduos, refletindo a realidade de alguns indivíduos portadores de HIV/AIDS que conseguem levar uma vida mais saudável, após o diagnóstico; ou de mulheres que estavam afastadas de tratamento e que o retornaram em virtude de uma gravidez.
A autora salienta que quando alguns dos direitos dos portadores do HIV/AIDS são violados, o que acontece em muitos casos, eles se sentem discriminados, abandonados, até mesmo nas suas escolhas religiosas, já que para muitos portadores, essa é a válvula de escape para suportar as inúmeras dificuldades do cotidiano, é o refugio para não perderem o elã pela vida, para continuarem buscando no seu intimo, a força e energia necessárias para superar as adversidades da vida, mais nem todos os portadores do HIV/AIDS tem essa propriedade, e é isso que buscam incessantemente, para desta forma melhorar a qualidade de vida e consequentemente o seu bem estar espiritual, levando a vida com mais prazer e otimismo.
Saionara nos mostra que para ter sucesso é necessário que o tratamento para HIV/AIDS, tenha uma boa adesão aos esquemas terapêuticos, afim de que estes sejam efetivos. Nesse contexto, o apoio social e familiar é um fator importante, já que a adesão pode exigir a reorganização da vida diária e até a revelação do soro-positividade às pessoas mais próximas e é nesses momentos que em alguns núcleos familiares os vínculos religiosos e espirituais são fortalecidos.
Outro aspecto segundo a autora da obra que temos que deter é a crescente incidência de casos de HIV/AIDS no sexo feminino é preocupante, repercutindo na feminização da AIDS, o aumento da vulnerabilidade feminina facilita a infecção pelo vírus e consequentemente o desenvolvimento da doença. Devido às mulheres geralmente se envolverem em relacionamento estáveis e com parceiros fixos, dá a elas uma certeza de proteção contra a AIDS e outras doenças sexualmente transmissíveis, nesse contexto, o uso do preservativo é um mero método contraceptivo, o que é o grande equivoco da maioria, elas se sentem “seguras” e quando são surpreendidos pela positividade da AIDS, seus mundos desmoronam.
A autora faz uma análise das falas dos protagonistas acima, sugere-se que os mesmos independentes da religião seguida, imaginam “Deus” como um ser que parece indissociável para os momentos de angústia, de desamparo, de prazer, embora se observe alguma diferença na intensidade desses discursos, quando além da fala, observa-se o sexo da pessoa entrevistada, nota-se que os discursos masculinos, trazem um Deus como um guia, enquanto que nos discursos femininos é visto com o Deus sem o qual não se é ninguém, o que nos sugere uma influência da categoria gênero.
Saionara salientar que o estado brasileiro é laico, e assegura a liberdade de crença religiosa a todos os seus habitantes; podemos confirma isso nas falas dos protagonistas do estudo no questionamento em foco, onde foram encontradas todas as religiões e credos; nelas podemos constatar que é notória a vinculação dos nossos protagonistas com relação à colaboração que suas religiões dão na aceitação e no enfrentamento de suas doenças. Através da religião, muitos procuram um “caminho” menos doloroso, mais fácil para encontrarem sua válvula de escape, “válvula” necessária a todo ser humano, onde podem descarregar todas as suas angustias, anseios, preocupações, na tentativa de não guardar tudo para si, não se fechar para o mundo carreado de “coisas” pesadas que o façam sofrer.
Ao longo da obra a autora nos coloca a pensar que o último século testemunhou o surgimento da Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (SIDA) ou AIDS (AcquiredImunode ficiencySyndrome), que pela sua gravidade e rápida incidência, passou a ser considerada um grande problema de saúde pública no cenário mundial. O surgimento da doença por estar inicialmente relacionada aos grupos de viciados em drogas, prostitutas e homossexuais, veio carregado de estigma, que perdura até os dias de hoje, mesmo com a mudança do perfil dos portadores. Assim, a convivência com uma doença incurável, o preconceito da família, dos amigos e da sociedade, passaram a fazer parte do cotidiano dos portadores do HIV/AIDS, vindo a ser fator agressor em potencial, que interferindo na qualidade de vida dos mesmos.
Nesta obra Saionara aponta que, 85% dos protagonistas eram do sexo masculino e 15% do sexo feminino, com idade em ambos os sexos variando entre 19 e acima de 60 anos. Observou-se ainda que, 50% de ambos os sexos eram casados. A grande predominância eram adeptos das religiões com raiz no cristianismo, sendo 45% de católicos e 21,67% de protestantes. A maioria dos entrevistados pertencia à raça negra, 59,1%, 17,8% se declararam analfabetos e/ou alfabetizados, pois independente da idade, sexo, raça ou religião, os portadores do HIV/AIDS reconheciam sua fragilidade diante da doença. Alguns referiram que seus filhos eram a única razão para continuarem lutando pela vida, outros seus deuses e ainda houve aqueles que reconheciam no próprio eu, o sentido para continuar vivendo.
Portanto Saionara ressaltar que, a abordagem quanto às questões vinculadas à religiosidade/espiritualidade contribuíram para a aproximação entre o pesquisador e o paciente, favorecendo assim o entendimento deste quanto à doença e facilitando as intervenções em saúde necessárias ao tratamento. Considera-se assim, a importância da equipe multiprofissional utilizar esta relação com o mundo divino, como forma de instrumentalizar a assistência, possibilitando uma relação de cuidar humanizado tanto aos portadores do HIV/AIDS quanto as suas famílias.

Porem, a autora ressalta que é possível melhorar essa realidade e que apesar da doença e dos problemas decorrentes dela, todo (a)s consideraram possuir uma boa qualidade de vida, e tentavam aprender a viver e a conviver com a doença, transformando o seu dia-a-dia em uma luta constante pelo respeito e pela dignidade. Considera-se assim, que todos conseguiram expressar e desenvolver a resiliência, característica peculiar daquelas pessoas que não desistem diante da luta, ao contrário, saem dela fortalecidos. Sendo assim, observa-se que a espiritualidade tem sido elemento essencial no enfrentamento da doença, e consequentemente na melhoria da condição de saúde.
RESENHA da Obra de SILVA, Mariani Oliveira e. AIDS, religiosidade e qualidade de vida: um olhar sobre as gestantes atendidas em um hospital público de João Pessoa-PB / Mariani Oliveira e Silva, José Antônio Novaes da Silva. João Pessoa: Editora da UFPB, 2013.


Leilany Campos Barreto
Estudante do Curso de Licenciatura em Ciências Naturais - UFPB - UAB Virtual
leilanycampos@hotmail.com



AIDS, Religiosidade e Qualidade de Vida é uma obra de grande importância e com muitas informações coletadas em um Hospital Público de João Pessoa, mostrando questões da Síndrome da Imodeficiência Adquirida (HIV) e questões de sua rápida e devastadora trajetória, em pouco tempo que transformou todo panorama do mundo, afetando a vida de milhares de indivíduos em seus múltiplos espaços.
A autora contextualiza sua obra em diversas dimensões e mostram que a nos países desenvolvidos o perfil epidemiológico permanecia com o maior número de casos entre homens jovens, brancos e homossexuais, na África do Sul e na Nigéria isto ocorria entre homens e mulheres negros e heterossexuais. Havia, portanto, fortes indícios de que os acometidos pela doença eram uma ameaça em potencial e seriam estigmatizados, isolados e discriminados. Este apartamento das pessoas doentes foi veiculado pela mídia.
Mariani seleciona e conta que enquanto profissional integrante da Comissão Interinstitucional de Saúde para AIDS, durante as décadas de 80/90, ela observou o impacto provocado na vida das pessoas acometidas pela doença, não somente do ponto de vista da saúde, mas pela sua repercussão social. A discriminação; a morte social; o isolamento e o medo eram fenômenos comuns no âmbito da vida privada, social e da saúde, vindo despertar meu interesse em acompanhar com mais proximidade as mulheres negras grávidas portadoras do HIV/AIDS, por elas fazerem parte de um grupo de maior vulnerabilidade, e ser este um período de possível transmissibilidade da infecção para o bebê, deixando-as ainda mais fragilizadas.
Nessa obra, Mariani aponta de maneira sutil que o profissional da saúde necessita resinificar sua postura diante do ser humano portador do HIV/AIDS e que essa trajetória, especialmente durante a primeira década da epidemia, mostra que a percepção da vulnerabilidade das mulheres com relação ao novo advento foi desconsiderada por longo tempo tanto nas campanhas de prevenção da doença quanto nas metas governamentais de atenção à saúde. As primeiras informações sobre o HIV/AIDS passaram à falsa ideia de que a doença afetava apenas aos homens, contribuindo substancialmente para a expansão da AIDS neste segmento.
Para a autora a sociedade, desde tempos imemoriais delimitou os espaços que a mulher ocuparia na sociedade. Mais recentemente os diferentes espaços ocupados por homens e mulheres estão sendo analisado com base na categoria gênero o qual permite discutir os diferentes locais ocupados por estes protagonistas em uma sociedade, pois para que essa doença tenha controle é necessário que haja o envolvimento e o aconselhamento e a oferta do teste anti-HIV durante o pré-natal, asseguram a mulher o direito a informação e também o acesso a tratamentos e a utilização dos antirretrovirais, minimizando assim a possibilidade de transmissão do vírus para o feto e para que isso aconteça é preciso que seja reduzida a possibilidade do contágio vertical o uso dos antirretrovirais deve ocorrer a partir do primeiro trimestre da gestação e no momento do parto.
Outra questão abordada por Mariani é a vulnerabilidade que tem um conceito que está sendo utilizado desde os anos 90, quando se reflete sobre as ações voltadas para a prevenção de HIV/AIDS. As mulheres que mantêm um regime de conjugalidade demonstram conhecimento sobre o HIV/AIDS, são informadas sobre as praticas de prevenções adotadas, mas não se protegem no relacionamento conjugal por se sentirem seguras e confiantes com relação ao seu vínculo afetivo com seu parceiro.
Em sua pesquisa a autora também relata que estudos recentes comprovam uma maior vulnerabilidade da raça negra por conta de suas características peculiares e que a população negra no Brasil está submetida a padrões sociais e econômicos políticos e culturais que levam a uma inserção social desqualificada, desvalorizada, produzindo uma vulnerabilidade social destes protagonistas. Isso mostra que uma boa condição de vida proporciona uma maior ou menor incidência do HIV sobre a população negra, quando existe a dificuldade por parte da população afro descendente, com acesso aos meios de prevenção, tratamento, e controle da infecção tanto no aspecto individual quanto coletivo.
A autora também percebe em sua pesquisa que uma boa qualidade de vida é uma noção eminentemente humana, a qual tenta aproximar o grau de satisfação encontrado pelo indivíduo com relação a sua vida familiar, amorosa, social e ambiental e à própria estética existencial. Isto implica na capacidade de realizar uma síntese baseada nos valores ditados pela sociedade, ou seja, o que ela considera como sendo seu padrão de conforto e bem-estar. E essa qualidade de vida, como concepção universal, diz respeito à satisfação das necessidades humanas básicas: alimentação, acesso a água potável, habitação, trabalho, educação, saúde e lazer; condições materiais relativas de conforto, bem-estar e realização individual e coletiva.
Diante disso surge o conceito de qualidade de visa no âmbito das ciências humanas e biológicas, para que fossem valorizados parâmetros mais amplos, indo além do simples controle de sintomas, e voltando-se mais para questões como a diminuição da mortalidade e o aumento da expectativa de vida. E importante também salientar que as mulheres com HIV/AIDS devem ter acessibilidade aos serviços de saúde publica e que o ativismo político embasou a imediata reação de movimentos sociais frente à AIDS nos aspectos da atenção à saúde, prevenção e combate a situação de discriminação direcionada aos grupos mais susceptíveis e as pessoas vivendo com HIV /AIDS.
A autora menciona que desde os primórdios a religiosidade e a espiritualidade atual como aliadas, conferindo um suporte ás pessoas que estão vivenciando momentos difíceis, estes podem ir desde o desemprego, passando pela perda de pessoas afetivamente importantes, chegando até a convivência familiar/social com portadores desta patologia, até mesmo a aceitação do difícil diagnóstico de uma doença grave e estigmatizante.
Portanto, vê-se que o estudo realizado com mulheres grávidas e mães soropositivas e ou doentes de AIDS, constatou-se que o envolvimento religioso/religiosidade foi utilizado como fonte de apoio e esteve relacionado aos mecanismos de enfrentamento e apoio social. O impacto da soropositividade traz à luz a proximidade da morte, se contrapondo com a chegada de uma nova vida, envoltos pelo estigma e o preconceito que ainda permeia fortemente os acometidos por esta patologia.
Outra questão abordada por Mariani é que a representação de Deus para os portadores do HIV sugere-se que independente de corrente religiosa seguida, os depoimentos demonstram que o suporte dos irmãos/as de fé e, o envolvimento com a religião, quer seja direto ou indireto, fortalece, encoraja, dá forças para que a doença seja encarada, sem subterfúgios. E que a religião, a igreja, Deus são percebidos por estas gestantes como fonte de apoio em meio ao sofrimento/estresse/estigma que a doença carreia consigo. A fé em um Deus Supremo que está no controle de todas as coisas, engloba, na compreensão dessas mulheres, inclusive, a condição de estarem doentes, ao tempo em que lhes permite resignar-se diante de sua realidade.
No contexto da fé em um Deus Supremo Mariani aponta que as gestantes declaram a aceitação da doença como uma missão divina. Quando uma pessoa é portadora de uma doença grave em potencial como é o caso da AIDS, geralmente passa a refletir sobre sua vida e seus valores, buscando na condição de doente um significado para o sofrimento. Cada vez mais se certifica que a descoberta da doença leva algumas pessoas a se revoltarem contra Deus, contra os profissionais de saúde, contra a família, enfim, contra todos que os cerca. Por vezes, Deus é percebido por elas como um Deus punitivo, o que gera sentimentos de raiva, desprezo e incompreensão quanto à natureza divina, de amor e compaixão Sem o “suposto“ apoio de Deus, elas sentem-se sós, depressivas, e nesta condição, muitas vezes não conseguem vislumbrar uma expectativa de vida, um futuro promissor, e entregam-se sem luta, aos sofrimentos impostos pela doença, e por vezes a própria morte. 
Em um dos trechos citados na pesquisa da autora as gestantes relataram a necessidade de estarem unidas a uma divindade e ou a igreja para se sentirem protegidas, apoiadas. Na concepção delas, a divindade como ser superior é capaz de protegê-las e fortalecê-las para enfrentar a doença. A igreja, enquanto um agrupamento de pessoas que se unem em torno de uma mesma crença as apoia com orações e palavras de amor que estimulam a fé. A fé por sua vez, gera confiança, amparo conforto, proporcionado por um Deus amável, generoso e fiel.
Ao longo da obra a autora nos coloca diante de uma analise que, independente da idade, raça ou religião, as mulheres grávidas expostas ao HIV/AIDS reconheciam sua fragilidade diante da doença. Algumas referiram que seus filhos eram a única razão para continuarem lutando pela vida, outras se reportavam a fé como razão para sua existência.
Mariani comenta que todas as gestantes perceberam sua relação com o sagrado como o sentido de suas vidas e a força propulsora para enfrentar os momentos de estresse e dificuldade na vida e em especial diante da soropositividade. A aceitação diante da doença foi observada, sendo interpretada por algumas como castigo divino merecido, e por outras havia a não aceitação de tal condição.
A autora seleciona e pauta que o objetivo da obra foi abordar às questões vinculadas à religiosidade/qualidade de vida contribuiu para a aproximação do pesquisador ao tema, bem como conhecer a realidade do paciente soropositivo, quanto a sua esperança de vida, fé e superação favorecendo assim, melhor compreensão quanto ao alto cuidado, visitas aos serviços de saúde, adesão ao tratamento antiretroviral para si e seus filhos quando necessário garantindo uma maior sobrevida e consequente qualidade de vida individual e social e facilitando as intervenções de combate ao preconceito, estigma e descriminação dos portadores desta patologia.  Através de vários estudos vê-se que o trabalho multiprofissional e interdisciplinar é a mola propulsora para a atenção holística ao indivíduo. Para tanto é urgente à qualificação dos profissionais de saúde ao atendimento humanizado, acolhedor, integral, resolutivo e equânime, baseada nas necessidades individuais dos usuários e respeitando suas peculiaridades, princípios norteadores do SUS para todos os usuários bem como aos portadores/as do HIV/AIDS, abrangendo sua rede social, e seus familiares.

Porém, Mariani ressalta que, a abordagem quanto às questões vinculadas à religiosidade/qualidade de vida contribuíram para a aproximação do pesquisador ao tema, bem como conhecer a realidade do paciente soropositivo, quanto a sua esperança de vida, fé e superação favorecendo assim, melhor compreensão quanto ao auto cuidado, visitas aos serviços de saúde, adesão ao tratamento antiretroviral para si e seus filhos quando necessário garantindo uma maior sobrevida e consequente qualidade de vida individual e social e facilitando as intervenções de combate ao preconceito, estigma e descriminação dos portadores desta patologia.

domingo, 20 de janeiro de 2013





O SIGNIFICADO DA LINGUAGEM
NA ORIENTAÇÃO SEXUAL
(enfatiza a importância do uso de um vocabulário adequado para a educação sexual, ressaltando a distinção entre linguagem informativa e linguagem expressiva).
QUESTOES:

1. Você acha que o educador sexual deve utilizar apenas a linguagem científica?
A linguagem na educação sexual deve contemplar tanto o conhecimento científico quanto o conhecimento familiar/popular/cultural. Alguns educadores insistem em  defender  o  uso  exclusivo  de  um  vocabulário científico, enquanto outros sugerem que se deve adotar uma linguagem que vá além do que uma ciência aplicada à sexualidade pode oferecer.
Alguns educadores sexuais sugerem que os pais e professores podem desenvolver um vocabulário adequado, aproveitando as perguntas das crianças sobre sexo para responder com naturalidade e usando um vocabulário correto. Aconselham também que, em muitos casos, deve-se usar transitoriamente parte do vocabulário incorreto usado pela criança, porém citando sempre o sinônimo correto que, com o tempo, será reforçado. A utilização de cartazes figura de revistas, que mostrem os órgãos sexuais são úteis para a aprendizagem da terminologia correta. Com crianças maiores (pré-adolescentes e adolescentes), podem-se estimular debates a respeito do vocabulário correto.  Buscar razões para a utilização deste vocabulário, tais como: leituras de artigos, visitas a médicos, entrevistas com especialistas etc.

2. Você concorda com o autor, quando ele afirma que a utilização de um vocabulário científico deveria ser um dos objetivos da Educação Sexual?
Sim, pois a educação sexual é um tema muito usado nas escolas de todo país, principalmente entre os alunos que não tem o conhecimento adequado do assunto. Com isso as escolas juntamente com os pais devem ter como objetivo do ensino correto da educação sexual.   A pressão da sociedade por uma linguagem sexual é inquestionável.  Os pais transmitem a linguagem do ambiente a seus filhos e estes incorporam jargões e designações que começam com uma designação desvirtuada dos órgãos genitais (por exemplo, em lugar de pênis, pinto, pirulito) e suas funções.


3. No seu dia a dia, como você observa o uso da linguagem quando as pessoas se referem a assuntos sexuais?
No meu dia-a-dia as pessoas ainda têm um pouco de anseio e tabus de falar sobre os assuntos sexuais, principalmente os pais para os seus filhos. Infelizmente ainda existe pais que se recusa a falar de sexo com seus filhos, eles acham que está incentivando  seus filhos para a prostituição, quando é ao contrário eles deveriam conversar com os seus filhos a respeito deste assunto, como também as escolas usarem linguagens informativas para que os alunos tenham os conhecimentos necessários a respeito desses temas sexuais.   

4. De acordo com o seu entendimento do texto, é possível conciliar a linguagem informativa com a linguagem expressiva?
Sim, pois tanto a linguagem informativa é importante para a aprendizagem do aluno quanto à linguagem expressiva, pois os educandos muitas vezes precisa que o seu educador tenha uma conversa franca e aberta para que possa facilitar a sua aprendizagem, essa comunicação do inconsciente do educador e do educando é muito satisfatória para os alunos. Se a educação se limita à linguagem informativa, resultará apenas num tipo de comunicação objetiva. Afemann (1979) afirma que existem dois tipos de linguagem: a informativa e a expressiva.  A linguagem informativa caracteriza-se por dirigir aos que nos cercam informações intencionais e pensadas. Na linguagem expressiva é fundamentalmente o nosso inconsciente que se manifesta – prevalecem os fatores emocionais e os valores que nos motivam.  Para o autor, esta é a razão  pela qual as  informações exclusivamente racionais  (próprias  da  linguagem  informativa),  são  insuficientes  para  provocar  uma mudança no inconsciente.

REFERENCIAS:
VIEIRA, Miriam Nunes. O Significado da Linguagem na Orientação Sexual. Ciências Naturais. Ed. Universitária UFPB, Vol. VI. 2012. p. 157-160.





Baseado no texto OBJETIVOS E CONTEÚDOS DA EDUCAÇÃO SEXUAL, DE ACORDO COM AS FASES DO DESENVOLVIMENTO PSICOSSEXUAL formule um objetivo relativo a cada um dos sete conteúdos relacionados, mostrando como desenvolvê-lo na escola através de atividades na sala de aula ou extracurriculares.

CONTEÚDOS, OBJETIVOS E DESENVOLVIMENTO (ATIVIDADE).

1. Conteúdo: Identidade sexual, figura corporal e gênero.
Objetivos:
o   Perceber o seu corpo e poder reproduzir sua imagem corporal;
o   Respeitar as diferenças existentes no grupo e assim construir uma identidade corporal pessoal e coletiva.
Desenvolvimento (atividade):
O professor iniciará a aula conversando com os alunos (roda inicial) sobre suas características (cor, peso, altura, etc.), sobre as características de suas famílias e com quem têm semelhanças.  Na sequência, mobilizará os alunos a se desenharem em folhas de papel (cartazes), com giz de cera, podendo usar também material concreto como boneco, gravuras para possibilitar ao aluno conhecer cada parte do seu corpo.
2. Conteúdo: Vínculos afetivos e família.
Objetivos:
o   Enfatizar a importância da afetividade no vinculo familiar;
o   Reconhecer que a família não se forma por acaso, mas por compromissos, necessidades e afinidades de seus integrantes e entende-la não como um grupo consanguíneo, mas também como a reunião de pessoas que compõem conviver juntas.
Desenvolvimento (atividade):
 - Exposição dialogada: Falar sobre a importância da família e os laços afetivos.
- Promover atividades que envolva a família como fazer visita ao parque, bosque, passeios ecológicos entre outros.
3. Conteúdo: Amigos e companheiros
Objetivos:
o   Valorizar e incentivar as relações entre as amizades;
o   Compreender que a amizade é um laço de amor, sinceridade, respeito e de companheirismo.
Desenvolvimento (atividade):
Motivação:
- Ao som da musica “Amigos pra sempre” pedir que todos se levantem e caminhem pela sala cumprimentando-se uns aos outros, apertando as mãos, abraçando com alegria, perguntando: Qual é o seu nome? Quantos anos você tem? Onde você mora? Onde você estuda? O que você gosta de fazer? De que você gosta de brincar ou fazer?
O Professor depois deve verificar se elas sabem as informações do coleguinha ao lado. Caso não incentive a buscar estas informações. Gancho: E aí? Gostaram de fazer novos amigos? Pois é! É sobre isso que falaremos hoje! (Colar um cartaz com título: “Amigos”). 
- Promover trabalhos interativos, como oficinas pedagógicas, trabalhos em grupos.

4. Conteúdo: Nossa origem
Objetivo:
o   Descrever o processo de formação e desenvolvimento dos bebês;
o   Levar a criança a valorizar sua origem e conhecer sua historia e a si mesmo;
Desenvolvimento (atividade):
- Aula expositiva dialogada
- Uso de data show com imagens do nascimento até a idade adulta

5. Conteúdo: A linguagem
Objetivo:
o   Identificar as partes que compõem o corpo e suas funções;
o   Desenvolver, com os movimentos, a coordenação motora e a destreza no uso das partes do corpo.
Desenvolvimento (atividade):
- Iniciar a aula abordando o tema gerador, por meio da roda de conversas;
- Construir um boneco e nomear as partes do corpo;
- Desenhar o contorno do corpo de um menino e de uma menina em papel grande. Trabalhar as diferenças entre menino e menina.
- Promover pesquisas sobre as partes do corpo no vocabulário popular.

6. Conteúdo: Abusos sexuais
Objetivo:
o   Conscientizar as pessoas no combate ao abuso sexual;
o   Despertar na criança o desejo de lutar pelos seus direitos, ou pelos direitos de alguns amigos que sofrem algum abuso sexual;
o   Conhecer casos reais de abuso sexual;
Desenvolvimento (atividade):
- Aula expositiva dialogada
- Promover palestras
- Promover caminhada com distribuição de panfletos.

7. Conteúdo: Doenças sexualmente transmissíveis
Objetivo:
o   Alertar sobre as doenças sexualmente transmissíveis;
o   Conscientizar sobre os sintomas de algumas DSTs;
o   Estimular a busca de informações diferenciadas, como textos, imagens, dados estatísticos, etc.

Desenvolvimento (atividade):
Para essa atividade o professor vai pedir aos alunos que tragam 2 cartolinas para cada 6 grupos de alunos, canetas, lápis de cor, pesquisa realizada pelo aluno.
1) Inicialmente o professor colocará a sigla DST ocupando grande parte da lousa, dizendo que será o assunto a ser estudado. Em seguida, perguntará aos alunos qual o significado da sigla, escrevendo-o.
2) Perguntar aos alunos quais DSTs conhecem, elencando-as na lousa.
3) Nesse momento o professor deverá priorizar algumas DSTs, para que os alunos aprofundem seu conhecimento, e solicitará que tragam para a próxima aula os materiais citados acima.
4) Divida a sala em 2 ou 3 grupos, com 10 alunos, aproximadamente, em cada um.
5) Na aula seguinte, entregue duas cartolinas a cada grupo e peça que colem uma à outra. Depois, devem organizar as informações que trouxeram (textos, fotos, dados estatísticos, regiões mais atingidas no Brasil e/ou mundo, etc.).
O professor deve orientar os grupos no sentido de que priorizem algumas informações, tais como: agente causador da doença e seu nome científico, sintomas, imagens representando alguns sintomas, possíveis tratamentos, prevenção.
6) Cada grupo deverá finalizar seu cartaz; em seguida, todas as produções serão unidas, formando um cartaz coletivo que será fixado na sala ou no corredor da escola.
Podendo após a aula os alunos confeccionar panfletos e distribuir nas escolas Panfletos educativos.

Portanto, mostramos como podemos desenvolver esses conteúdos na escola através de atividades na sala de aula ou extracurriculares. Os conteúdos de orientação sexual podem e devem ser abordados desde as primeiras series e o nível de profundidade deve ser compatível com as etapas de desenvolvimentos. Pois hoje apresentado à escola uma ferramenta que, em seu uso leva os alunos para ao aprendizado de reflexão, não de maneira empírica, pois o aluno pode reavaliar por si várias situações.



Será que as escolas da sua comunidade já incluem a educação sexual no currículo?
Sim
EM CASO AFIRMATIVO:
1-Como se estrutura?
A escola pesquisada foiA escola Estadual de Ensino Fundamental e Médio João da Mata”. No entanto, esta escola trabalha a sexualidade de acordo com os conteúdos programáticos que estão relacionados com os estudos das ciências naturais e da Biologia e através de informações, seja a escola aborda assuntos como “O sistema reprodutor da Mulher e do Homem, sobre as doenças sexualmente transmissíveis, sobre a gravidez, incentivo do uso do preservativo entre outros”. Esses assuntos envolvem educação sexual, mas não em sua totalidade.

2-Trata-se de um trabalho sistemático?
Na verdade a educação sexual na nossa escola não é totalmente de forma sistemática, e sim repassada aos alunos de maneira praticamente informal, através apenas de informações científica obedecendo apenas os conteúdos programáticos dos livros didáticos. Para que se programe uma educação sexual sistemática nesta escola devemos  primeiro capacitar nossos profissionais, como também trabalhar essa ideia com os pais de alunos que em sua maioria ainda ver esse assunto como tabu e distorção de valores. Por isso, não programamos a educação sexual em nosso currículo escolar.
3-Que qualificações são consideradas importantes para o educador tratar de temas sexuais?
Para que o educador possa tratar temas sexuais em sua aula, é necessário que o mesmo tenha conhecimento sobre o assunto para que as informações possam chegar ao aluno de forma correta, e que possam produzir-nos mesmos padrões de valores éticos para viverem e conviverem em uma sociedade moderna sem preconceito e tabu. É necessário que o professor tenha uma formação moral aberta ao novo.

EM CASO NEGATIVO:
1-Por que a escola não segue as recomendações dos PCN? Lembramos:
Geralmente a escola não segue as recomendações dos PCN porque a sexualidade é um assunto que gera muita polêmica, principalmente para os pais de alunos que em sua maioria são desinformados e alguns ainda seguem valores de suas gerações e, enxergam o sexo com muito preconceito e tabu. Mas também tem a falta de preparação dos profissionais,  o desinteresse dos gestores, o medo de aumentar os problemas familiares com a escola, por não achar que a educação sexual seja tão importante quantas outras disciplinas, entre outros.


Fases do Desenvolvimento psicossexual infantil

      




1-Do nascimento aos dezoito meses.

A fase oral tem características próprias: vai do nascimento da criança até um ano e meio de idade. Nesse período acontecem algumas coisas importantes na vida da criança e a gente precisa aprender a observar e a lidar com isso. Ao nascer o ser humano não está habilitado para continuar a viver por si mesmo, ou seja, é um ser totalmente desprotegido dependendo dos pais ou responsáveis para viver, em especial no que diz respeito à alimentação, abrigo, vestuário entre outras necessidades. A potencialidade sexual como ser feminino ou masculino é determinada a partir da concepção caracterizando assim o homem ou mulher, no entanto é de acordo com o modo de vida que essa identidade é mais bem entendida. Outro fator importante nesta fase de desenvolvimento é a aceitação do sexo dos filhos especialmente quando o mesmo não é esperado
A afinidade mãe-filho aparece como principal instrumento para o desenvolvimento psicossexual da criança através de asseio no banho na transmissão de mensagens de carinho e aceitação ou de rejeição e desamor. A partir dos contatos com o seu corpo a criança vai conhecendo limitações e sua própria identidade sexual. Após um ano até os dezoito meses, os bebês exploram ativamente seu ambiente, usando como base segura as pessoas que tem mais convivência e confiança.  À medida que dominam o ambiente desenvolvem a confiança e se tornam mais ansiosos por aprovação.

 2-Dos dezoito meses aos três anos.
A criança aos 18 meses já é portadora de segurança nos seus movimentos, arrisca algumas palavras e já tem certo controle das suas funções excretoras. Nesta fase à criança deve ser ensinada sem pressão, pois a mesma deve aprender a aprender e não atender por medo de ser punida evitando assim uma futura revolta.
Essa etapa deve ser bem orientada para que assim as crianças não antecipem as funções excretoras, não confrontar o desenvolvimento de uma criança com o de outras. Outro fator importante nessa fase é desenvolver o costume de banhar-se com outras crianças como pais, irmãos ou colegas dando assim a oportunidade de perceber as diferenças entre os sexos.
3-Dos três aos seis anos;
Nesta fase a criança já desenvolve muitos movimentos com mais facilidade, identifica formas, tamanhos, diferenças, bem como sua identidade sexual, sendo a fase de grandes curiosidades onde a criança se atesta de perguntas e curiosidades frequentes e indiscretas como jogos sexuais, utilizando-se dos órgãos genitais de si e dos outros. Brinca de papai e mamãe, de médico, com o intuito de contentar sua curiosidade sobre as diferenças sexuais.  Aos quatro a criança se utiliza de palavras e atitudes referentes ao corpo e a sexualidade, bem como a palavrões.
Dessa forma os pais e educadores ficam apreensivos. Neste caso é necessário que haja esclarecimento de maneira superficial, vindo a ignorar caso haja repetição da atitude mesmo que por provocação assim a criança cessará a ação.
4-Dos sete aos doze anos.
Nesta fase da vida é imprescindível que as ações da criança em relação à vida, o corpo e as relações afetivas sejam desenvolvidos com atenção pela família e escola, fazer entender a responsabilidade de cada membro respeitando diferenças, limitações, no objetivo de uma vida harmoniosa.
Também é importante entender que as pessoas têm seu valor e importância pelo que ela é e da sua maneira.  Aos 6 anos as crianças desenvolvem a consciência e o interesse de aceitar e perceber as diferenças físicas e sociais entre os sexos alimentando a vontade de casar-se com os pais, apenas pela curiosidade de assumir o papel de adulto. Outro fato que os deixa inquietos é saber se o nascimento do bebê é doloroso, no entanto o papel do pai no ato sexual não é bem envolvente, mesmo assim para a criança é importante saber que o mesmo contribui com o espermatozoide que a mãe precisa para formar o bebê.  Aos 11 e 12 anos, acontecem visivelmente as mudanças no corpo estando assim na fase da adolescência, período esse de menstruação para as meninas e ejaculação para os meninos. Esta também é a fase do “estirão”, aparecem pelos no púbis, nas axilas, nas pernas e no rosto; aumenta o tamanho do pênis e do escroto. São frequentes as ereções do pênis, pode surgir certo desconforto muscular em especial em relação aos exercícios e aos esportes. Nesta fase também são frequentes as brincadeiras com os genitais. Então, é normal que na fase da genitalização se dê mais importância ao grupo do que na família. No entanto, esse comportamento não desobriga que a constelação familiar esteja próxima dos interesses e desejos deste jovenzinho, isto é, lhe reservando sempre um espaço para um diálogo tranquilo e sem cobranças desmedidas, porém, demarcando-lhe limites.
Portanto em suma, o vislumbre da psicossexualidade servirá de norte para todos aqueles que tem o mister de zelar de crianças, conferindo-lhes roteiro seguro para se evitar indesejáveis recalcamentos que, no futuro, poderá ser a gênese de inumeráveis neuroses patogênicas; bem como significará o completo entendimento do gizado no Art. 17, do ECA.



"No momento que seu filho descobrir que você o engana você não será mais um pai ou mãe perguntável. Você perde a credibilidade, mas seu filho continua curioso e perguntará aos colegas". (Marta Suplicy)






QUESTÕES

1 - As crianças não têm sexualidade; portanto, não é necessário que os pais se preocupem com esse tipo de educação?
As crianças tem sexualidade, portanto os pais devem se preocupar com esse tipo de educação, pois as mesmas manifestam ações de natureza sexual desde seu princípio, sendo que é uma manifestação diferenciada das dos adultos. É obrigação dos pais orientar seus filhos sobre esse assunto antes que eles busquem essa informação fora de casa, visto que em sua maioria são passadas de maneira errada e distorcida.
Portanto a sexualidade da criança não pode ser entendida no sentido genital, mas sim no contexto de uma série de experiências psicológicas e físicas que aos poucos vai dando forma a seus pensamentos e a seu corpo, no que ela pensa sobre seu corpo e como a sente.
2 - Devemos reprimir a curiosidade da criança sobre sexo, basta que elas saibam “dessas coisas” na adolescência?
Não devemos reprimir a curiosidade da criança sobre sexo, o ideal é conversar é aproveitar os exemplos do dia a dia para debater com os filhos a respeito desse assunto, e aproveitando esse momento de curiosidade para orientá-la, ou seja, para falar sobre o assunto naturalmente sem constrangimentos, e assim aumentar suas possibilidades de perguntar, indagar e aprender sobre sexualidade. Assim o aprendizado da criança não possa ser retraído e sim desenvolvido. Se o assunto sobre sexo for explorado apenas na adolescência, pode ser muito tarde, visto que as mesmas têm buscado informações por outras fontes, por terceiros e de maneira destorcida.
3 - É errado os pais tomarem banho despidos com os filhos?
Tomar banho com os filhos não é nada de mais, quando os pais agem com naturalidade, e se comportando de tal forma, eles desenvolvem nos filhos a noção de beleza e do prazer da sexualidade, sem alusão da vergonha ou do pecado. Os pais não devem ficar constrangidos, devem passar para os filhos um clima natural. É nesse momento que a criança aprende a identificar e descobrir sobre a sexualidade, principalmente sobre a sua e, podendo ele diferenciar e conhecer partes de seu corpo, como também, o tipo de sexo, e perceber e entender as transformações que vão ocorrer em seu corpo, além de criar uma intimidade com os pais que a deixará mais seguro.

4 - Devemos castigar as crianças quando elas falam palavrões?
Não, devemos orientá-las e explicar o significado da palavra para ela de maneira correta se expressar, pois nem sempre a criança sabe a dimensão de certas palavras que pronuncia, pois em sua maioria repetem o que houve. Se a palavra for ofensiva, deve chamar a criança à atenção, de modo a que entenda que ninguém vai reagir e que apenas dirão que ele não está a ser uma criança bonita. A melhor forma de lidar com essa situação é oferecer-lhe alternativas que lhe permitam expressar, de outra forma, a sua irritação, aborrecimento ou mesmo a sua raiva. A melhor forma de educar consiste em demonstra-lhe que embora se tenha portado mal, ele continua a merecer todo o seu amor e carinho.
5 - Em casa, devemos enfatizar principalmente as informações sobre sexo, através de livros, revistas, etc.
Não, as informações sobre sexo em casa devem ser através de livros e revistas, pois as informações sobre sexo deve ter início em casa por meio de relacionamento entre família, seja no convívio natural com os pais ou responsáveis.
Sabemos que os pais exercem um papel importantíssimo na educação sexual de seus filhos, por isso é função da família e não dos livros ou revistas ensinar sobre sexualidade a seus membros. As informações corretas aliadas ao trabalho de autoconhecimento e de reflexão sobre a própria sexualidade ampliam a consciência sobre os cuidados necessários para a prevenção de vários problemas.



REFERENCIA:

SUPLICY, Marta. Conversando sobre sexo. Petrópolis, RJ: Vozes, 1983.
____________. Sexo se aprende na escola. São Paulo: Olho d´Água, 1995.